2.5.20

Sabes aquela do cavalo de D. Fuas?

Há uma inquietação ao longo deste livro: Qual era a cor do cavalo de D. Fuas? Respostas há muitas, diversas, súbitas como são as respostas que estão sempre na ponta da língua das pessoas da praia. A pergunta tem origem numa carta encontrada no Arquivo da PIDE/DGS, dirigida ao cardeal Cerejeira, de certeza pela mão de um nazareno. O autor de «Estórias Nazarenas», Júlio Murraças, sendo ele um praieiro de gema, foi caçando verdadeiras pérolas do linguarejar nazareno e juntou-as neste volume: a visita da Rainha de Inglaterra comentada pela má língua da praia, as aventuras de um soldado nazareno na guerra de Angola, outras da pesca do bacalhau, estórias de viagens, amores e desamores, enfim, ao longo de mais de 100 páginas, Júlio Murraças comete o que muitos gostam de contar e fixou tudo na escrita. «Estórias Nazarenas - se não é verdadeiro... 'tá bem caçado» foi ilustrado por Zé Oliveira. Na apresentação do livro, em Lisboa, o jornalista Viriato Teles deu conta do propósito de juntar estórias de um povo,


Na morte de Alves Redol

- À Tonhe morreu o Alves Redol.
- Quem?
- O Alves Redol!
- O Alves Redol???
- Sim, o Alves Redol. Não sabes quem é?
- Assim de momento, não.
- Não??? Sinceramente...
- Não sei quem é. Não posso saber tudo, não é?
- Olha, à Tonhe, era treinador do Benfica.
- Ai isso é que não era, isso é que não era!
Conheço-os todos, todos, desde o princípio...
- Sabes o que digo? Tu com essa inteligência devia morar num primeiro andar, em vez do rés-do-chão no Pátio da Pinta.

Estórias Nazarenas
Júlio Murraças
ed. autor/Mar Músicas&Artes, Nazaré, 2014

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